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ToggleReforma Tributária 2026: Erosão de Margens e Novos Desafios na Precificação de Serviços
A LC 214/25 inicia, a partir de 2026, a substituição de PIS, Cofins, ISS e ICMS pelo IBS e pela CBS, elevando a carga tributária sobre serviços.
Profissionais liberais, consultorias e escritórios de contabilidade precisam ajustar urgentemente seus modelos de precificação para evitar erosão de margens de até 20%.
Nos próximos tópicos, apresentamos a alíquota única de 28% (19,6% efetiva), o mecanismo de split payment, cálculos comparativos de contratos e orientações para escolher o regime tributário ideal.
Prepare-se com estratégias de governança, revisão contratual e tecnologia para manter competitividade na nova realidade fiscal.
Atenção Máxima: Margens à Beira de Colapso com o IBS e a CBS
A partir de 2026, a transição para o IBS e a CBS eleva a tributação sobre serviços a uma alíquota padrão de 28%, resultando em carga efetiva de 19,6%. Para prestadores que hoje arcam com ISS e PIS/Cofins somando cerca de 8,65%, essa mudança pode corroer até 20% das margens, ameaçando a sustentabilidade dos contratos atuais.
- Alíquota efetiva quase dobra em relação ao sistema vigente.
- Contratos de R$ 20.000 passam a render R$ 16.080 em vez de R$ 18.270.
- Ausência de repasse automático pode levar a perdas acumuladas silenciosas.
A urgência exige revisão imediata de preços e simulações detalhadas para evitar impacto negativo contínuo na rentabilidade dos serviços prestados.
Mudanças Estruturais da LC 214/25 e Seus Reflexos
Com a promulgação da LC 214/25, PIS, Cofins, ISS e ICMS serão gradualmente substituídos pelo IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e pela CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços). Essa reforma unifica a tributação sobre o consumo, redefine bases de cálculo e reorganiza competências entre União, estados e municípios.
- Alíquota única de 28% aplicada de forma uniforme, sem variações regionais.
- Redução de 30% para serviços intensivos em mão de obra, resultando em alíquota efetiva de 19,6%.
- Split payment: retenção e recolhimento do tributo no ponto de venda ou serviço, diminuindo riscos de fluxo de caixa.
- Aproveitamento de créditos apenas sobre insumos operacionais (energia, internet, aluguel), com benefícios limitados frente ao aumento global da alíquota.
Embora simplifique a estrutura normativa, essa mudança eleva a carga tributária para o setor de serviços, forçando ajustes em sistemas de apuração, revisão de contratos e fortalecimento da governança tributária para garantir conformidade e sustentabilidade financeira.
Alíquota Única, Split Payment e Crédito Tributário
A LC 214/25 estabelece alíquota padrão de 28% sobre a maioria dos serviços, com redução de 30% para atividades intensivas em mão de obra, resultando em carga efetiva de 19,6%. O mecanismo de split payment impõe que o tributo seja retido e recolhido no ponto de venda ou prestação, garantindo repasse imediato ao fisco e minimizando riscos de fluxo de caixa.
No novo modelo, o aproveitamento de créditos incide apenas sobre insumos operacionais. Abaixo, as principais vantagens e limitações para prestadores de serviços:
- Aproveitamento de créditos: despesas com energia, internet, limpeza e aluguel podem ser compensadas.
- Uniformidade tarifária: alíquota única simplifica apuração e reduz disputas entre entes federados.
- Transparência no custeio tributário: split payment evita acumulados de tributos a recolher.
- Escopo restrito: não abrange custos de pessoal, terceirizados ou insumos específicos de projetos.
- Complexidade operacional: exige atualização de sistemas e controle detalhado de notas fiscais.
- Benefício moderado: créditos limitados frente ao aumento global da carga tributária.
Exemplo Prático: Impacto na Receita de um Contrato de R$ 20.000
Imagine uma empresa de consultoria que cobra R$ 20.000 por mês. Sob o sistema atual, essa receita é tributada por ISS e PIS/Cofins; no novo modelo, incide a alíquota única do IBS/CBS.
- Regime atual (Lucro Presumido)
• ISS: 5% (R$ 1.000)
• PIS/Cofins: 3,65% (R$ 730)
• Total de tributos: 8,65% (R$ 1.730)
• Receita líquida: R$ 18.270 - Novo sistema (IBS/CBS)
• Alíquota efetiva: 19,6% (28% com redução de 30%)
• Tributos a recolher: R$ 3.920
• Receita líquida: R$ 16.080
A diferença de R$ 2.190 por contrato representa quase 12% a menos na receita líquida. Em um portfólio com vários clientes, essa redução pode comprometer a rentabilidade geral.
Por isso, é fundamental realizar simulações detalhadas para cada tipo de serviço, avaliar diferentes faixas de faturamento e ajustar preços ou estruturas contratuais antes da transição definitiva ao IBS/CBS.
Escolha do Regime Tributário: Simples, Presumido ou Real
O Simples Nacional continua oferecendo regime tributário simplificado com alíquotas progressivas, mas a unificação no IBS/CBS reduz sua atratividade nas faixas superiores de faturamento. Embora micro e pequenas empresas mantenham benefícios, a alíquota efetiva de 19,6% passa a ser o limite mínimo, exigindo atenção para não ultrapassar faixas que se tornem economicamente desfavoráveis.
No Lucro Presumido, a previsibilidade tributária permanece, mas a impossibilidade de apropriar créditos relevantes diante da alíquota única quase dobra o custo fiscal em comparação ao modelo atual. Prestadores que hoje se beneficiam da base de cálculo presumida precisam reavaliar contratos e simular impactos antes de optar por essa modalidade.
Já o Lucro Real, apesar da maior complexidade e dos requisitos de escrituração completa, permite apropriação de créditos sobre uma gama mais ampla de despesas operacionais. Para negócios com altos custos de insumos passíveis de crédito—como energia e aluguel—, esse regime pode compensar o esforço adicional de compliance.
Para avaliar estrategicamente a melhor opção, recomendamos:
- Análise de cenários de carga efetiva e simulações de faturamento anual.
- Mapeamento de insumos e despesas elegíveis a crédito tributário.
- Avaliação da capacidade interna de gestão contábil e obrigações acessórias.
- Comparação de margens líquidas em cada regime antes e após a reforma.
Somente com essas informações em mãos será possível escolher o regime que preserve competitividade e margens de forma sustentável no contexto do IBS/CBS.
Estratégias de Precificação, Governança e Contratos
Para enfrentar a nova carga tributária, revisitar a forma de precificar e gerenciar contratos é essencial. Adotar práticas robustas minimiza riscos de litígios e perdas não percebidas ao longo da execução dos serviços.
- Revisão contratual: inclua cláusulas de reajuste ou repasse tributário automático para acomodar alterações de alíquotas;
- Simulações periódicas: utilize ferramentas de análise de cenários para projetar cenários de faturamento e impacto fiscal;
- Software fiscal integrado: invista em sistemas que consolidem apuração de tributos, controle de créditos e emissão de notas fiscais;
- Integração multidisciplinar: alinhe contabilidade, jurídico e gestão financeira para decisões coordenadas e documentadas;
- Monitoramento de indicadores: defina indicadores-chave (margem líquida, tempo de recebimento, custo de compliance) para ajustes contínuos;
- Capacitação da equipe: promova treinamentos sobre a nova legislação, processos internos e uso de ferramentas de gestão.
Essas ações estruturam uma governança fiscal e contratual capaz de sustentar margens e reduzir vulnerabilidades na transição para o IBS/CBS.
Como a Auditar Contábil Pode Ajudar na Transição
Enfrentar o IBS e a CBS exige planejamento detalhado e conhecimento técnico. A Auditar Contábil atua como parceira estratégica para conduzir cada etapa dessa adaptação, garantindo que sua empresa avalie cenários, revise contratos e fortaleça sua governança fiscal antes da mudança.
- Simulações personalizadas de carga tributária em diferentes regimes (Simples, Presumido e Real);
- Mapeamento de insumos e despesas elegíveis a crédito para maximizar compensações;
- Análise e atualização de cláusulas contratuais para permitir repasses automáticos de alterações fiscais;
- Implantação de rotinas de compliance e controles internos para evitar inconsistências;
- Orientação na escolha e integração de sistemas fiscais e de precificação;
- Capacitação de equipes em legislação, apuração de tributos e uso de ferramentas.
Com metodologia estruturada e foco em resultados, a Auditar Contábil fornece relatórios claros e cronogramas de ação, permitindo que sua empresa reforce margens e mantenha competitividade mesmo diante do novo modelo tributário.
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Fonte Desta Curadoria
Este artigo é uma curadoria do site Fenacon. Para ter acesso à matéria original, acesse IBS e CBS na reforma: Desafios para a precificação dos serviços